segunda-feira, 4 de julho de 2011

Debate-Papo na Brasa

No último dia 18 de junho, o Selo editorial Ciclo Contínuo, em parceria com o Sarau Poesia na Brasa, Sarau Elo da Corrente e representantes de outros grupos culturais promoveu o lançamento do projeto “Ciclo Contínuo de Literaturas” (aprovado pelo edital do Programa Vai 2011) e realizou o primeiro debate que trouxe como tema “Literatura afro-brasileira e a Lei 10.639/03.

O local escolhido para realozar as atividades do projeto é o Bar do Carlita, localizado no bairro Brasilandia, onde a três anos ocorre quinzenalmente o Sarau Poesia na Brasa, este que tem se tornado um referencial de cultura e educação na região por promover e estimular o diálogo com a juventude e a população através das artes.

Nesse primeiro debate, participaram Elis Regina F. do Vale, Ana Cristina J. da Cruz e Fernanda Rodrigues de Miranda e para estimular a discussão e a reflexão sobre o tema abordado foram distribuídos textos escritos pelas próprias debatedoras, a partir dos quais estas embasaram suas falas.




A noite estava fria, mas logo o calor da presença de poetas, escritores, músicos, educadores, mais os caldos de feijão e de mocotó, todos começaram a aquecer os corpos e com a roda armada iniciaram-se as palavras de apresentação e a chamada para o debate-papo. Cerca de trinta pessoas ocuparam o espaço do sarau para comungar conhecimentos e integrar experiências.

A rodada de palavras com Ana Cristina, Elis Regina e Fernanda Rodrigues, abordou um pouco do histórico da educação no Brasil e como se deram as relações de raça nesse contexto. As debatedoras trouxeram apontamentos importantes de como o preconceito e a alienação forjaram os alicerces dos sistemas de educação no Brasil e demonstraram como na literatura brasileira isso se manifesta. As falas não estavam focadas na discussão da Lei 10.639/03 apenas no âmbito escolar, mas também nos espaços públicos onde as possibilidades de educação e cultura fazem o diferencial, como ocorre em alguns saraus e outros espaços que lançam mão de outras dinâmicas de aprendiazagem.

 



Uma conversa prazerosa foi garantida nessa noite entre os presentes. O debate que se abriu posteriormente, iniciou-se com uma moradora local, trazendo informações do bairro que muitos desconheciam, localizando referencias de espaços da região, como: Praça Luiza Mahin, Praça Anastácia e a importância da tomada de conhecimento dos moradores sobre tais figuras históricas. A partir daí, o  debate começou a fluir e tornou-se mais complexo a medida em que outras questões foram levantadas. Foram apresentadas e discutidas as possibilidades e estratégias de implementação da Lei 10.639/03; surgiram polêmicas sobre as políticas de ações afirmativas e cotas para a população negra em universidades públicas e sobre o uso da literatura Afro-brasileira como ferramenta didático-pedagógica.



Um debate dessa natureza nunca se esgota e sempre deixa a roda cheia de inquietações. Fechamos a noite com o tradicional sarau e com o firmamento da missão de não deixarmos a roda parar de girar. Agradecemos a todos que puderam comparecer no evento, agradecemos ao Carlita, a todos do sarau Poesia na Brasa, Coletivo Elo da Corrente, Coletivo Esperança Garcia, Projeto Espremedor, Aeusp e a comunidade da Vila Brasilândia.

Já está em andamento a organização de outra roda debate-papo em agosto. Até lá


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